SÃO GABRIEL WEATHER

Ricardo Peró Job

O novo salvador do mundo

Donald Trump foi bom para a economia de seu país. Antes da pandemia, os EUA cresciam como a muito não ocorria. Por gostar do presidente brasileiro, tinha certa simpatia pelo Brasil. E só. Sempre colocou e colocaria os interesses de seu país acima dos demais. Se preciso fosse, nos "patrolaria" sem o menor constrangimento. É também um homem prepotente, misógeno e racista. Minimizou a gravidade e os efeitos da pandemia sobre a vida de seus conterrâneos, com consequências trágicas. Brigou com a imprensa e com meio mundo. Mesmo com os bons resultados econômicos, perdeu a eleição. Na realidade, perdeu-a por conta de sua soberba e truculência.   

Mas alguém deveria avisar aos "âncoras" da Globo News, CNN e outras menos cotadas que o povo norte-americano não elegeu Mahatma Gandhi para a presidência, e sim, Joe Biden.

Joe se destacou na carreira política ao se eleger senador pelo estado de Delaware. Na ocasião, foi denunciado por seus adversários de ser o representante de um pool de banqueiros. Eleito, foi nomeado presidente do Comitê Judiciário, que lida com questões relacionadas a políticas de drogas e prevenção ao crime. Endureceu a legislação no setor, tornando-se alvo de críticas de seu próprio partido. Durante seu mandato, se destacou pelas boas relações que manteve com os parlamentares republicanos e sua atuação foi vital para que parlamentares democratas apoiassem e votassem a favor da invasão do Iraque promovida por George Bush Jr. em 2002. Uma reportagem da revista Time sobre ele caracterizou-o como "autoconfiante" e "compulsivamente ambicioso".

Joe também é conhecido por plagiar discursos de ex-presidentes e de outros políticos, sem jamais citá-los como fonte. Em 1987, durante sua campanha pela indicação à presidência pelos democratas, plagiou um discurso feito por Neil Kinnock, líder do Partido Trabalhista Britânico. Em outros, a apropriação de trechos, ideias e da linguagem de políticos norte-americanos como Robert F. Kennedy e Hubert Humphrey, sem jamais citar os autores, é notória. Também pesam contra ele pesadas acusações de corrupção. É acusado de atuar em prol dos interesses comerciais de seu filho Hunter, do qual seria sócio oculto. Sobre o caso, foi aberta até mesmo uma investigação no Senado. Recentemente, o New York Post publicou reportagem mostrando e-mails de Hunter, embasando acusações de que Joe teria influenciado nos negócios do filho na Ucrânia. O jornal afirmou também que possui um vídeo de 12 minutos em que Hunter Biden aparece fumando crack e fazendo sexo, além de outras imagens de sexo explícito. O filho do recém eleito presidente dos Estados Unidos já admitiu ter problemas com dependência de drogas no passado. Hunter fez parte do conselho da Burisma, uma empresa de gás da Ucrânia, durante os anos em que o pai ocupou a vice-presidência dos Estados Unidos, de 2009 a 2017. Em um dos e-mails, um executivo ucraniano agradece a Hunter Biden "pela oportunidade de se reunir com seu pai", então vice-presidente de Barak Obama. Apenas dois meses depois do encontro, Joe Biden pressionou o então presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, a demitir o procurador-geral Vitor Shokin, sob a ameaça de reter uma garantia de empréstimo de US$ 1 bilhão. Esses acontecimentos foram confirmados pelo próprio Joe para o Conselho de Relações Exteriores em 2018. Joe a alegou que os Estados Unidos desejava tal demissão por estar preocupado com a honestidade de Vitor. Outro problema do novo presidente, são acusações referentes ao seu comportamento frente as mulheres. Joe acumula denúncias de tratamento inapropriado. Em uma delas, Tara Reade, sua funcionária quando ocupava uma cadeira no Senado, revelou publicamente que foi de agredida sexualmente por ele. Já a ex-congressista do estado de Nevada, Lucy Flores relatou à imprensa que as aproximações do então senador a haviam deixado "incômoda, repugnada e confusa". Também Amy Lapos, de 43 anos, declarou que Biden aproximou-se dela durante um ato de arrecadação de fundos para o congressista Jim Himes, e que a aproximação "não foi sexual, mas (Biden) ele me pegou pela cabeça e esfregou seu nariz no meu".

Portanto, assim como Barak Obama não "promoveu a paz mundial", como predisse após sua eleição uma "âncora" da Globo News, Biden também não será uma fada madrinha do bem estar da humanidade. Nós brasileiros, certamente teremos mais problemas com o novo presidente do que com o que deixa o cargo. Pressionado pelos ecologistas de seu país em relação à exploração do petróleo de xisto no subsolo americano, para não entrar em choque com Estados que tem sua economia baseada nesta extração, provavelmente nos oferecerá para imolação, levantando como bandeira a "proteção da Amazônia" para acalmá-los. Para tal, terá o apoio entusiasmado de países europeus que protegem seus agricultores e que enxergam o Brasil como um adversário impossível de ser batido na exportação de commodities. É esperar para ver.

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