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Europa compra madeira ilegal do Brasil

Esta semana uma operação da Polícia Federal que apreendeu uma grande quantidade de madeira ilegal que seria exportada para oito países europeus foi divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro na cúpula dos Brics. A operação resultou na apreensão de 120 containers com 2.400 m³ de madeira extraída ilegalmente. O produto seria vendido para empresas importadoras na Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Portugal e Reino Unido.  

Durante o encontro internacional, o presidente anunciou que em breve divulgaria uma lista com os países que compram o material extraído de forma irregular da Amazônia e disparou: "Alguns desses países são os mais severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica. Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa, através da imensidão que é a região amazônica. Porque daí sim estaremos mostrando que esses países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão". Durante as declarações do presidente, pois a reunião foi virtual, houve uma falha no sistema de áudio e na tradução do português para o inglês. Quando o sinal foi restabelecido, Bolsonaro ironizou: "Apenas uma coincidência, quando falei sobre Amazônia, da madeira, o sinal caiu. Com toda certeza, apenas uma coincidência". Embora tenha se expressado com sua costumeira truculência, Bolsonaro está certo.

Já a Folha de São Paulo, em reportagem sobre o assunto, concluiu que, "a divulgação de qualquer lista acusando governos estrangeiros de comprar madeira ilegal obrigaria esses países a responder publicamente, o que aumentaria as tensões. Também criaria um obstáculo na tentativa de atrair cooperação internacional para a redução dos índices de desmatamento". Balela. Assim como a Rede Globo e outros meios de comunicação que tiveram seus interesses financeiros imorais obstruídos pelo atual governo, torce para que este seja visto como ilegítimo e destruidor da natureza, nem que isto ameace nossa soberania sobre a Amazônia, cause miséria ou a ruína do país. Todos eles sabem que, na realidade, França, Alemanha e outros países do bloco Europeu, nos enxergam como adversários na produção de carne e grãos, mesmo diante do fato de que embora subsidiem largamente seus agricultores, obtenham volumes risíveis de produção. Mesmo assim, além de enxovalharem o Brasil internacionalmente, movem uma campanha sem tréguas contra os produtores rurais do país, esteios da economia brasileira, com acusações que vão desde fomentar o trabalho escravo à destruição da natureza. Ecologistas e "cientistas" de Ipanema ou do Leblon são incansavelmente consultados para darem suas opiniões abalizadas sobre temas do campo ou da floresta amazônica, virando manchetes nacionais, embora desconheçam a realidade dos moradores locais. No conforto de seus lares, com sua militância irresponsável, levam estados inteiros, como no caso de Roraima, a depender até hoje de geradores de energia, pois impedem a construção de uma rede de abastecimento na região. Ignoram também que, os desmatadores, na maioria das vezes, são pessoas miseráveis, recrutadas na região por madeireiros inescrupulosos por falta de opção de trabalho. Parecem não saber que não há preservação sem desenvolvimento e empego. Ao mesmo tempo, fingem não ver a podridão da baía da Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas. Ongs estrangeiras, muitas delas a serviço de sindicatos rurais europeus, que viviam de dinheiro público doado pelo governo brasileiro e hoje vivem apenas de doações internacionais, também tem suas opiniões estampadas em sites, canais de televisão e jornais, como "especialistas" no assunto, embora estejam arranchados na Amazônia há décadas sem apresentar nenhum resultado palpável com seu trabalho.

Talvez, a denúncia internacional do presidente sirva para abrir os olhos dos brasileiros para as reais motivações da campanha "O Brasil está em chamas", que nada mais é do que a cobiça de parte de nosso território - rico em biodiversidade e em minérios - além de interesses comerciais inconfessáveis.

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