O dia 12 de dezembro é uma data marcante porque se comemora o aniversário de José Plácido de Castro, o “Libertador do Acre”. Este ano de 2023 ainda se tornou mais especial porque se comemora os 150 anos desta figura ilustre que tanta história fez no Brasil do fim do Século XIX e início do Século XX. Uma trajetória de vida que durou apenas 34 anos, mas que teve um roteiro digno das mais eletrizantes tramas hollywoodianas pelo fato de que este caudilho dos pampas fronteiriços passou por inúmeras aventuras com um empenho e uma fidelidade as suas causas que poucos vultos brasileiros se equipararam nos anais da nossa tão rica história do país.

Tudo começou no dia 12 de dezembro do ano de 1873, na Tapera da Genoveva que na época pertencia ao território de São Gabriel e, a partir do ano de 1996, pertence ao município de Santa Margarida do Sul. O nome é em homenagem ao avô, o major paulista que havia lutado na Guerra Cisplatina e que resolveu ficar em definitivo com a família no Rio Grande do Sul.

O começo da sua trajetória no mundo militar ocorreu no 1º Regimento de Artilharia de Campanha (atual 6º Batalhão de Engenharia e Combate). Neste curso de tempo, chegou à patente de 2º Sargento.

Como a sua vida teve imensas reviravoltas que podemos até conceituar como mirabolantes em certas ocasiões. Passamos de pronto a citar algumas das mais relevantes:

- Lutou ao lado dos Maragatos na Revolução Federalista;

- Inspetor de alunos no Colégio Militar do Rio de Janeiro;

- Fiscal de docas no Porto de Santos – SP;

- Formou-se como Agrimensor no Rio de Janeiro (então capital do Brasil na época);

- Decidiu ir para o território do Acre para trabalhar como agrimensor;

Nesta última passagem relatada, ocorre o ápice de sua existência por se juntar aos habitantes daquelas distantes terras nortistas (mais precisamente aos que apoiavam a causa seringalista) numa luta por resistir a opressão do governo boliviano. Assim, depois de várias batalhas sangrentas, o povo acreano se autodeclara Estado Independente do Acre. Plácido de Castro se torna presidente deste novo país encravado entre a Bolívia e o Brasil.

Em 1903 é assinado o Tratado de Petrópolis (ação diplomática do Barão do Rio Branco no Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903), em que o Acre é novamente vinculado ao Brasil. Era o fim daquele Estado Independe, mas não da reputação do líder maior daquela revolução.

Em 1906 Plácido de Castro é nomeado governador do Território do Acre.

Era 9 de agosto do ano de 1908. Uma emboscada executada por muitos jagunços acabou ferindo gravemente Plácido. Cilada esta que foi armada por um ex-companheiro de luta na Revolução dos Seringueiros, o subdelegado Alexandrino José da Silva. No dia 11 de agosto o corpo de José Plácido de Castro não resistiu aos ferimentos e então ocorre o seu falecimento.

Plácido é o patrono do 4º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro – “Batalhão Plácido de Castro”, sediado na capital do estado e integrante do Comando de Fronteira do Acre — e da Polícia Militar do Acre.

Em 17 de novembro de 2004 - Plácido de Castro – o Libertador do Acre, foi entronizado no Panteão da Pátria e da Liberdade e teve seu nome escrito no “Livro dos Heróis da Pátria” como o mais novo herói brasileiro.

(Texto: Elvis Ferreira de Morais)