Entre as ações de combate à dengue, a Prefeitura de São Gabriel irá instalar cem armadilhas para atrair o mosquito transmissor da doença. Chamados de “ovitrampas”, os recipientes que imitam um criadouro foram desenvolvidos especialmente para coletar os ovos do mosquito e permitir a identificação dos bairros com maior infestação, a fim de intensificar as ações de combate.
As ovitrampas, que devem chegar nas próximas semanas, simulam um vaso de planta preto preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, os agentes inserem uma palheta de madeira que facilita a colocação de ovos pelas fêmeas do Aedes aegypti. O recipiente fica no local por cerca de cinco dias, quando é recolhido para a contagem dos ovos. Dessa forma, os agentes conseguem observar, de maneira rápida e eficiente, a quantidade de mosquitos na região e aceleram as ações de combate, sem que o inseto se desenvolva.
Em São Gabriel, o crescimento do número de casos de dengue preocupa as autoridades municipais. A secretária municipal de Saúde, Kátia Raposo, informou que em todo o ano passado foram registrados quatro casos da doença. Em 2024, desde fevereiro, a média é de quatro casos por semana. Não foram registradas mortes.
“Nossos agentes de endemias e agentes de saúde estão nas ruas diariamente para orientar a população sobre os cuidados necessários para evitar o acúmulo de água parada, que favorece a proliferação do mosquito. A participação da comunidade é fundamental para que possamos controlar a doença”, afirma o prefeito Lucas Menezes.
Além dos agentes, há carros de som, anúncios na imprensa e panfletos sendo distribuídos para orientar a população com dicas de prevenção. O objetivo é conscientizar sobre o descarte correto de objetos que possam se tornar criadouros do mosquito, como pneus velhos, vasos de plantas, garrafas PET e até tampinhas de garrafas. Ou seja, qualquer objeto que possa armazenar água ao ar livre. Também está sendo aplicado inseticida, o popular “fumacê”.
A Secretaria Municipal da Saúde comprou testes rápidos, que estão sendo realizados no Posto Central (em frente à Santa Casa de Caridade). Quando um caso de dengue é confirmado, agentes fazem uma investigação num raio de 150 metros da casa do paciente para identificar e eliminar mosquitos, evitando novas infecções. Ainda é aplicado larvicida em criadouros. Médicos e enfermeiros estão treinados para atuar no tratamento dos pacientes.

O QUE FAZER
Em caso de suspeita de dengue, a secretária da Saúde destaca que é importante procurar atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas, a fim de evitar o agravamento da doença. Medicamentos como aspirina, AAS, ibuprofeno e nimesulida, diclofenaco, prednisona e hidrocortisona devem ser evitados porque podem aumentar o risco de hemorragias.
A doença pode progredir para dengue grave, caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e/ou complicações graves nos órgãos. Pode levar à morte.
Os principais sintomas são febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, dor no corpo, dor nas articulações, mal-estar geral, náuseas e vômitos, diarreia, manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
Não existe um medicamento específico para tratar a dengue, mas há tratamento para os sintomas.

EVITE ÁGUA PARADA
Manter pátios limpos e eliminar água parada em recipientes em áreas internas e externas de casas e apartamentos impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual.