O vice-governador eleito do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), concedeu entrevista ao Bom Dia Rio Grande, da RBS TV, na manhã de segunda-feira (31/10), poucas horas depois da confirmação da vitória da chapa com Eduardo Leite (PSDB) ao governo do estado.

"É dia da comemoração, do agradecimento. Os próximos 4 anos serão de muito trabalho, pra gente poder aplicar e praticar o nosso plano de governo. Temos muitas prioridades a cumprir, muitos compromissos que firmamos na campanha para botar em prática", disse.

Gabriel destacou também os momentos tensos enfrentados durante a apuração dos votos, principalmente porque a chapa foi ao 2º turno com uma diferença de cerca de dois mil votos para o terceiro colocado.

"Primeiro turno eu quase morri do coração. No segundo a gente já notava que era uma eleição diferente, com mais clareza, mais condições de mostrar as diferenças de cada projeto. Logo no início da apuração, eu estava na freeway, voltando de Tramandaí onde resido, recebendo os boletins de urna do interior, e via que provavelmente a nossa vitória viria", diz.

Papel no futuro governo

O futuro vice-governador disse que ainda não conversou com Leite sobre o papel que deve assumir a partir de 1º de janeiro de 2023, com a posse. A única certeza, segundo ele, é que será um vice ativo.

"Eu estou à disposição. Não conversamos ainda sobre quais serão as minhas tarefas, mas já adianto que quero ser um vice ativo. Não sei exatamente onde ainda, eu me imagino em qualquer situação. Hoje [segunda] já vamos começar o trabalho da transição".

Onyx e Melo

Gabriel comentou sobre a manifestação de Onyx Lorenzoni que, logo após a divulgação do resultado, reconheceu a derrota e parabenizou Leite.

"Reconhecemos como um gesto de grandeza do deputado federal Onyx Lorenzoni, o telefonema que ele fez ao Eduardo Leite, parabenizando a nossa vitória. Não temos nenhum tipo de intenção de não governar para todos. Os nossos eleitores e quem não foi nosso, e optaram por outro caminho. Agora é bola pra frente", disse.

Questionado sobre o apoio do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que é do mesmo partido de Gabriel, a Onyx Lorenzoni, o vice-governador eleito preferiu não se manifestar.

"Eu costumo não comentar atos de infidelidade partidária, não recebemos apoio de fulano ou beltrano, mas recebemos apoio da população de Porto Alegre, 70% a 30%, um dos resultados que mais nos deixou feliz, é a Capital do estado. [...] Eu entendo que o MDB está no governo, venceu as eleições. Tenho um perfil conciliador, quero muito olhar pra frente. Nunca briguei com ninguém, não brigo".

Eleição nacional

Na entrevista, Gabriel falou sobre a relação que deve ser construída com o governo federal e parabenizou os eleitos, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin.

"Pretendemos ter uma relação, Eduardo e eu, republicana, federativa. Já na transição iremos procurar os novos governantes, para estabelecer a pauta que o RS tem com a União Federal. Não só na questão da dívida com a União, mas com as universidades, rodovias, saúde", destacou.